domingo, 18 de novembro de 2018

No Alentejo o sol é quente, mesmo no Outono, por Marília Dis Savtos



No Alentejo o sol é quente, mesmo no Outono, o que ajuda as uvas a amadurecer, dias que antecedem ao Inverno, uma pausa bem-vinda entre o verão e o Inverno.
Dos vinhedos carregados com maduros e rubros cachos por cortar, no ar as folhas das vides a esvoaçar, com as nozes e bolotas e e nozes e castanhas já prontas e dióspiros prontas para apanhar, para no celeiro guardar.
As glandes, são apanhadas para os porcos engordar, para no natal se cozinhar, para a "missadura" se preparar....

Na ribeira, os choupos e os eixos a esvoaçar, os agriões nos valados a ondular, as amoras negras, nos silvados., os cogumelos da terra a brotar.
Os pastores exaustos, de tanto trabalhar, para os fenos e as palhas e forragens guardar, nas medas, para as protegerem do inverno…
Dos lamentos dos pastores, fartos de trabalhar nestes dias solitários cinzentos e mornos, do crepuscular entre o ouro e o anil e o rubro e o violeta.
Desde tempos ancestrais, que os gados são a fonte rendimentos para estas gentes.
Este Alentejo das terras escuras, sulcadas e lavradas pelos arados sempre um pouco desidratados, pelo calor, do cair das folhas castanhas, brilhantes e vermelhas ao luar e dos invernos difíceis de suportar...

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Dos lamentos dos pastores, por Marília Dis Savtos

Dos lamentos dos pastores, fartos de trabalhar nestes dias solitários cinzentos e mornos, do crepuscular entre o ouro e o anil e o rubro e o violeta.
 
Desde tempos ancestrais, que os gados são a fonte rendimentos para estas gentes.
 
Este Alentejo das terras escuras, sulcadas e lavradas pelos arados sempre um pouco desidratados, pelo calor, do cair das folhas castanhas, brilhantes e vermelhas ao luar e dos Invernos difíceis de suportar...se cozinhar, para a "missadura" se preparar.
Na ribeira, os choupos e os eixos a esvoaçar, os agriões nos valados a ondular, as amoras negras, nos silvados., os cogumelos da terra a brotar.
 
Os pastores exaustos, de tanto trabalhar, para os fenos e as palhas e forragens guardar, nas medas, para as protegerem do inverno…
Dos lamentos dos pastores, fartos de trabalhar nestes dias solitários cinzentos e mornos, do crepuscular entre o ouro e o anil e o rubro e o violeta.
 
Desde tempos ancestrais, que os gados são a fonte rendimentos para estas gentes.
 
Este Alentejo das terras escuras, sulcadas e lavradas pelos arados sempre um pouco desidratados, pelo calor, do cair das folhas castanhas, brilhantes e vermelhas ao luar e dos invernos difíceis de suportar...

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Era uma manhã estival de Outubro, por Marilia Dis Savtos


· Era uma manhã estival de Outubro.
 
Sai de casa, já o sol doirava a planície.
Depois começou a muginar nos campos, na beira das auto-estradas, as videiras de tons acastanhados e vermelho e muitas outras cores, carregadas de rubros cachos ainda por cortar, as vides pelo ar a esvoaçar…
 
 
 
Ao longo da planície ondulante, prossegui o meu destino, os castelos erguem-se nos cimos dos cabeços, em algumas Vilas e cidades.
 
Ao longe a imensidão das planícies ondulantes, um céu amplo e de um azul imaculado.
No horizonte infinito, erguem-se no topo nas partes mais altas das vilas e cidade, os castelos que parecem sentinelas como é o caso: Montemor-o-Novo, Arraiolos, Estremoz Évora-monte, Évora, Monsaraz, etc...
Estes monumentos, perpetuam durante séculos a nossa identidade, ao longo dos séculos.
 
 
 
Entre Alandroal e Reguengos, podemos visualizar monumentos megalíticos da Pré historia perto de Monsaraz, dólmens, antas e menires e cromeleques (um conjunto de menires).
Monsaraz é uma vila medieval, construída dentro do castelo, (foi conquistada aos mouros) fica perto rio guadiana, o castelo ergue-se no topo de uma colina (como quase todos os castelos).
As casas estão dentro do castelo caiadas de branco, ruelas estreitas de xistos sinuosas.
 
Temos uma praça de toiros, medieval construída em pedra (xisto), e uma vista deslumbrante, sobre o grande lago do Alqueva.
 
O céu, parece unir se ao rio guadiana, uma vista que se estende até ao infinito.
Sentimos uma certa tranquilidade, paisagens pouco humanizadas, parece que regressamos a tempos passados, que retrocedemos na história.

sábado, 26 de março de 2016

Eu gostaria de ser criança a vida inteira, por Marilia Dis Savtos



Eu gostaria de ser criança a vida inteira, na minha inocência eu vivia feliz.
Sinto saudades desse chão do Alentejo, que também foi meu.
Sinto saudades, das noites estreladas, com milhares de estrelas, dos siros o NIMBO (nuvens), do vento agreste, que acoitava meu rosto.
Recordo o nascer do sol com o canto da passarada, o sol ardente que doirava as herdades, e os montes.
Tenho saudades, das lindas albufeiras, dos rios e regatos, que alagava a planície.
Gostava de ver as árv...ores a esvoaçar com as suas folhagens, multi-cores, amarelos, castanhos, dourados, vermelhos, cores lindas e quentes para a época. (não seria fácil a qualquer pintor reproduzi-las numa tela).

Às vezes, logo pela manhã, sinto -me tão cansada, de mim mesma, dos outros, que parece nada fazer sentido.

Sinto uma profunda saudade, da minha terra, da qual tive de partir para ganhar o meu pão, sinto uma nuvem de lágrimas, que inundam o meu rosto…

domingo, 22 de março de 2015

Chegou a Primavera, por Marília Dis Savtos


Primavera
Chegou a primavera, os relógios irão avançar, uma hora, a penumbra da noite vai demorar mais a chegar.

A Primavera no Alentejo, ainda a magia é maior, toda planície coberta de mantos de flores, as oliveiras de candeio (floração da oliveira), nas hortas, os laranjais em flor perfumam tudo em redor.


Na Primavera, as plantas começam a desabrolhar, os jardins sorrirem exaustos de tanta beleza....
Ao caminharmos, pelas estradas que serpenteiam por entre os matos, a brisa primaveril, acoita o nosso rosto, as mimosas em flor a baloiçar, as estevas e giestas, tudo em amena sinfonia.

Os pássaros, a cantar lindas canções, o amor anda no ar.


Nos charcos, as rãs a coaxar, é bom ouvir estes sons, no silêncio do campo.
Canta o cuco, canta rola, canta o melro, nos carapetos floridos.

Somos acolhidos, pelas sombras dos chaparros para ouvir estas orquestra.
Nas ribeiras e albufeiras, temos os poejos a hortelã manjerona, as malvas.

Alecrim orégãos os espargos mais nas zonas do mato etc..
A natureza é maravilhosa, consegue nos surpreender, jamais o homem conseguiria, planejar tudo isto.
 

sábado, 10 de janeiro de 2015

Sinto falta da minha gente.... da minha terra.., por Marília Dis Savtos

Marilia Dis Savtos


Sinto falta da minha gente.... da minha terra..


Sinto falta, da minha terra, dos meus familiares (da minha mãe em especial) que me acompanharam em certas caminhadas da vida.
 
 
Todos de uma maneira ou de outra já tivemos momentos inglórios.
 
Sinto saudades das pessoas que me preenchiam ( ), nessas horas vazias e a sua ajuda foi de grande valia.

 
Nesses momentos em que me sentia tão pequena, como partícula em desagregação. 
Sinto saudades dos contos da minha avó e muitas outras memórias, que ainda povoam a minha imaginação (….).

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Para conhecer o Alentejo, por Marilia Dis Savtos

Marilia Dis Savtos
 

Para conhecer o Alentejo, temos de caminhar pelos campos, pelas estradas terra batida, muitas quase serpenteiam como cobras.
 
 
 
Temos de cheirar, as ervas aromáticas (margaça, a sálvia, o rosmaninho, mata pulga, alfazema alecrim, os orégãos, a murta, etc..).
 
 
 
É bom, o contacto com natureza, o seu silêncio, andar no meio do campo, pelas veredas das cabras.
 
 
Caminhos onde por vezes correm os e riachos e levadas (estes caminhos nunca foram humanizados), onde vegetação é exuberante nos vales, onde crescem os milheirais.
 

Podemos ainda visitar as aldeias típicas, caiadas de branco com listas amarelas ou azuis, cheias de craveiros nas janelas.
 
 
Onde as típicas tabernas, ainda existem, onde o vinho ainda fervilha e fermenta nas talhas.